Era uma vez uma menina; uma menina normal. O que a diferenciava das outras, era seu carma por luzes. Ela as atraía. Bastava um pouco de simpatia e pronto: as luzes já a seguiam. Algumas delas eram mais fortes, outras mais foscas. A garota admirava poucas com mais intensidade, talvez por acreditar que essas sim jamais a deixariam no escuro. Pois bem! A menina foi crescendo. E conforme crescia vía que nem tudo era perfeito. Houve uma fase complicada, que parecia interminável. Aí então a garotinha viu o fim de perto; a morte ao seu lado. E por mais incrível que pareça, nesse momento tão obscuro, as luzes que a deveriam clarear, se apagaram. Entretanto, a fé da menina foi sua única companhia, fazendo com que ela saísse daquilo que quase a levou ao fim; ao próprio fim. O mais engraçado de tudo é que bastou a escuridão passar, que algumas das luzes voltaram. Reapareceram como se nada tivesse acontecido, e a garota já talvez bem recuperada do problema, as colocou na vida dela de volta. E os meses, passaram.
Certo dia, quer dizer, certo dia não, em março de 2008, a menina andava pelo corredor de seu colégio e se deparou com uma luz muito forte, que de tão forte e única, não a agradou no princípio. Porém, como todos nós sabemos, o mundo deu muitas voltas e, em uma delas, essa luz e a menina se uniram com toda a força do universo. Com toda a coincidência possível! A luz e ela, então, passaram a dividir tudo o que vivenciavam, juntas. Manhãs, tardes e noites, ambas eram conectadas, nem que somente em pensamento. Mas, novamente, o destino foi cruel e tentaram construir uma barreira entre a menininha e sua luz. Procuraram todas as formas possíveis de as separarem, mas, mais uma vez, a amizade entre elas, não permitiu. Elas venceram. Reconstruíram o choro e a angústia juntas, e permaneceram unidas ... mais do que nunca! Bom, mas não foi a crueldade do destino o obstáculo mais forte. Há um tempo, a luz começou a mudar. Seu brilho foi se ofuscando, a alegria que ela trazia a garota, foi enfraquecendo; e conforme isso acontecia, a menina ía se enterrando em um abismo. E como da outra vez, ela se afundava sozinha. Por vezes ela pensava estar chegando ao topo novamente e então, reencontrar sua iluminação com a nitidez de antes. Mas tudo não passava de uma ilusão. A luz estava mudando, a garota sofrendo. As coisas entres elas não tinham o mesmo sentido de meses antes. Alguns já enxergavam isso de longe, outros custavam acreditar. E permancia assim. A escuridão enfraquecendo a menina, a luz se apagando cada vez mais. E o pior de tudo? Quanto mais a luz parecia se ofuscar, mais a garota a amava com toda, e talvez, maior força do universo. 3